segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Smart boys
Quando eu penso no meu tempo de badeco, ali nos meus 10, 11 anos, a primeira imagem que me vem à mente é a da rua abarrotada de muleques descalços e sujos até a alma. Tinha um cachorro - caramba, como lembrar disso me dá saudade - que mesmo sendo um vira-latas, tinha uma esperteza suficiente pra gente usar ele nas brincadeiras de pique-esconde como se fosse um verdadeiro caçador.

Foi ali que gastamos a maior parte dos trocos dos pães pra depois de sair da aula correr para os 'taitos' e jogar Donkey Kong, Final Fight, KOF, Sonic Wings...O tempo livre e solitário era gasto pra rabiscar os super heróis favoritos nas capas de caderno.




Nosso maior problema talvez fosse o azar de no pacotinho de figurinhas sempre vim aquela repetida, o que ocasionaria num desgosto de ao invés do pogobol, ser premiado com um jogo de damas.
Não entendiamos nada de economia, previsões, vida de famosos, música, moda, Ok, isso não justificava em nada o rabicó que alguns deixavam na nuca e nem a fascinação por tênis com luzinha.

O que acontece é que crianças que deveriam estar fazendo essas peripécias infantis, estão antenadas no mundo corporativo, "Pai, mas esse carro só faz 7 por litro. Sem falar no IPVA!", põe na balança seu relacionamento "Você é de câncer, ela de escorpião. Pode esquecer", e te dão dicas de moda, mas essa parte é melhor pular porque realmente não iria combinar sua jaqueta de couro e bandana já que era uma colação de grau e porque diabos eu estava de óculos Ray-Ban já que era de noite?

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