A tecnologia conecta as pessoas.
Eu chego em casa cansado, com fones de ouvido conectado ao IPOD e respondo com um aceno vazio ao sorriso sacana do meu vizinho e percebo que leitura labial não é assim tão fácil.
Entro na sala e não vejo ninguém, mas como de costume, me dirijo aos quartos e com dois ou três batidas anuncio "cheguei".
Minha vontade de contar sobre a pechincha que consegui na nova LED é interrompido quando vejo que a janta ficou pronta justamente quando começou a novela e todos foram para seus quartos com pratos em mãos.
Mas algo mágico acontece: acaba a energia. Depois de alguns sons de portas sendo abertas estamos todos olhando e sorrindo uns para os outros com as telas dos celulares cortando a escuridão.
A energia volta e observo que ela cresceu, ele ficou mais jovem sem a barba e Ela realmente ficou linda de cabelos castanhos. É como se não os visse há dois ou três meses. Sentados na mesa eu procuro estender de todo jeito o assunto. Mas eles ouvem o fim da propaganda e seus sorrisos ficam frios como se nem estivessem mais ali. Evito o constrangimento me retirando primeiramente da mesa.
Ligo meu notebook e tento encontrar algum amigo on-line. E poxa, quanto tempo não vejo nenhum?
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